domingo, 9 de novembro de 2008

E DE NOVO,LISBOA...


E de novo,Lisboa,te remancho,

numa deriva da quem tudo olha

de viés:esvaído,o boi no gancho,

ou o outro vermelho que te molha.


Sangue na serradura ou na calçada,

que mais faz se é de homem ou de boi?

O sangue é sempre uma papoila errada,

cerceado do coração que foi.


Groselha,na esplanada,bebe a velha,

e um cartaz,da parede,nos convida

a dar o sangue.Franzo a sobrancelha:

dizem que o sangue é vida;mas que vida?


Que fazemos,Lisboa,os dois,aqui,

na terra onde nasceste e eu nasci?


De Alexandre O'Neill

Um comentário:

Anônimo disse...

É verdade! Se conhecia, não me lembrava...
Mas durante a leitura disse de mim para comigo: Alexandre O'Neill