Abafai meus gritos com mordaças,
maior será minha ânsia de gritá-los!
Amarrai meus pulsos com grilhões,
maior será minha ânsia de quebrá-los!
Rasgai a minha carne!
Triturai meus ossos!
O meu sangue será minha bandeira
e meus ossos o cimento duma outra humanidade.
Que aqui ninguém se entrega
- isto é vencer ou morrer -
é na vida que se perde
que há mais ânsia de viver!
De Joaquim Namorado
segunda-feira, 26 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
ABRIL DAS ONDAS
Nos sonhos vê-se o mar
sonhamos com o mar
em Abril
questão complicada
que
a vida
descomplica
no mês de chuvas e flores
abril águas mil
primavera
rebentos de tudo
flores
amores
sonhos com os mares
ondas indomáveis
mesmo
numa rebentação rebelde
amores
mares
rebeldes
sonhos de abril
o das águas mil
com ondas
com mar
com amar
sonhamos com o mar
em Abril
questão complicada
que
a vida
descomplica
no mês de chuvas e flores
abril águas mil
primavera
rebentos de tudo
flores
amores
sonhos com os mares
ondas indomáveis
mesmo
numa rebentação rebelde
amores
mares
rebeldes
sonhos de abril
o das águas mil
com ondas
com mar
com amar
segunda-feira, 19 de abril de 2010
CATINGA DE INIMIGO
Minha senhora da cruz vermelha
crucificada na cruz gamada
trazeis-me novas da minha orelha?
Ai é cortada!
Minha senhora visitadora
da minha vida tão desairada
trazeis-me novas da minha cova?
Ai é cavada!
Minha senhora retardadora
desta vingança sempre adiada
trazeis-me novas da minha hora?
Ui é suada!
De Ary dos Santos
crucificada na cruz gamada
trazeis-me novas da minha orelha?
Ai é cortada!
Minha senhora visitadora
da minha vida tão desairada
trazeis-me novas da minha cova?
Ai é cavada!
Minha senhora retardadora
desta vingança sempre adiada
trazeis-me novas da minha hora?
Ui é suada!
De Ary dos Santos
sexta-feira, 9 de abril de 2010
SOBRE UMA FOTOGRAFIA DE AUGUSTO CABRITA
Enxúndias ensacadas no cotim da farda,
papel de cartucho que quase se rasgava,
repressor-burocrata,descansavas à porta
do teu posto de escrita e de porrada.
No coldre,a pistola;na pança,a feijoada;
na perna,a polaina;no cérebro,o corrimento
que é mais que sensação,menos que pensamento.
E sob o teu rabo,a cadeira gemia
ao compasso da nalga que se deslocava
do suor que sobre o tampo produzia.
Nos campos,a manada trabalhava.
Quem te fotografava,de longe é que o fazia.
Estava de passagem para uma outra vida.
De Alexandre O'Neill
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