Feito só,na máscara paterna,
Sua máscara tosca,de acre-doce
Feição,sua máscara austerizou-se
Numa preclara decisão eterna.
Feito só,feito pó,desencantou-se
Nele o último arcanjo,a chama eterna
Da paixão em que sempre se queimou
Seu duro corpo que ora longe inverna.
Feito pó,feito pólen,feito fibra
Feito pedra,feito o que é morto e vibra
Sua máscara enxuta de homem forte.
Isto revela em seu silêncio à escuta:
Numa severa afirmação de luta,
Uma impassível negação de morte.
De Vinicius de Moraes