Quando o antiquíssimo
Pai sagrado
Com mão impassível
De nuvens troantes
Semeia sobre a Terra
Relâmpagos de bênção,
Beijo eu a última
Fímbria da sua túnica,
Temor filial
Fiel no peito.
Pois com Deuses
Não deve medir-se
Homem nenhum!
Ergue-se ele ao alto
Até tocar
Co'a cabeça os astros,
Nenhures se prendem
Os pés incertos,
E com ele brincam
Nuvens e ventos.
E se está com ossos
De rijo tutano
Sobre a Terra firme,
Inabalável,
Nem sequer chega
A poder comparar-se
Com o carvalho
Ou com a vide.
O que é que distingue
Os Deuses dos homens?
Que muitas vagas
Ante aqueles vagueiam,
Eterna torrente:
A nós ergue-nos a vaga,
Traga-nos a vaga,
E vamos pra o fundo.
Um estreito anel
Nos limita a vida,
E muitas gerações
Se alinham constantes
À cadeia infinda
Do seu existir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário