(plagiado,em parte,de António Ferreira)
É a medo que escrevo.A medo penso,
A medo sofro e empreendo e calo.
A medo peso os termos quando falo,
A medo me renego,me convenço.
A medo amo.A medo me pertenço.
A medo repouso no intervalo
De outros medos.A medo é que resvalo
O corpo escrutador,inquieto,tenso.
A medo durmo.A medo acordo.A medo
Invento.A medo passo,a medo fico.
A medo meço o pobre,meço o rico.
A medo guardo confissão,segredo,
Dúvida,fé.A medo tudo.
Que já me querem cego,surdo,mudo.
De JOSÉ CUTILEIRO
in "Versos da Mão Esquerda"
2 comentários:
Plagiado ou não, gostei.
Os medos são, realmente, a causa de perturbação de tantos... São o motivo de frustração e insucesso de tantos outros...
E parece que não é fácil dominar os medos...
O medo é o pior inimigo que temos e que nos impede se sermos felizes.
Beijocas grandes
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