Herói é quem num muro branco inscreve
O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
e morre devagar de morte certa.
Homem é quem anónimo por leve
lhe ser o nome próprio traz aberta
a alma à fome fechado o corpo ao breve
instante em que a denúncia fica alerta.
Herói é quem morrendo perfilado
Não é santo nem mártir nem soldado
Mas apenas por último indefeso.
Homem é quem tombado apavorado
dá o sangue ao futuro e fica ileso
pois lutando apagado morre aceso.
De JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS
Um comentário:
Se certas criaturas (os moinantes) o lessem, o perscrutassem... Seriam como murros no respectivo estômago... Sobretudo as duas primeiras quadras... Fortérrimas!
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