São os cães da infância os cães dementes
ladrando-me às canelas do passado
cães mordendo-me a vida com os dentes
ferrados no meu sexo atormentado.
Paguei cada minuto do presente
com vergões de amor próprio vergastado
porém só fala quem se não consente
vencido temeroso ou amarrado.
Contra cães uivo. Não me fico assim.
Não tenho pai nem mãe. Nasci de mim
macho e fêmea gerando o desespero.
Lutar é tudo quanto sou capaz.
Não me pari para viver em paz.
Tudo o que sou é menos do que eu quero.
3 comentários:
Poema soberbo!
Enorme Ary!
mc
" Tudo o que sou é menos do que eu quero."
Muito bonito este poema...
Um pouco de poesia também no meu blog, convido-o a vir ler :)
Beijinhos
Faz tempo que não venho aqui.
Falta de tempo (maldita falta de tempo).
Li esse poema, não há como não se "achar" num pedacinho dele.
Abraços
Postar um comentário