São as primeiras frésias do ano:
vieram da Holanda
para que a primavera entrasse
em janeiro pela casa dentro.
Com seu aroma e o vento solar
farei o lume,
farei o lume onde aquecer as mãos
e de chama em chama regressar
às oliveiras do sul lentas e claras,
ao azul estendido nas pedras nuas
da Cantareira,
aos pardais ardendo nos ramos
do crepúsculo com a luz derradeira.
De Eugénio de Andrade
Pintura "La Primavera" de Botticelli
2 comentários:
Amigo
Descobri este seu blog pelo "Aqui d'Algodres". Hoje dia mundial da poesia não podia deixar de passar para assinalar, a golpes de teclado, este dia. Belo o poema de Eugénio.
Que pena a Poeisa (tão nobre) ser tão esquecida.
Boa Páscoa
Abraço
Belo poema!
E as imagens do poeta? "(Os)pardais ardendo nos ramos
do crepúsculo com a luz derradeira"!
Não é belo mesmo?
mc
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