segunda-feira, 31 de março de 2008

NONA SINFONIA


É por dentro de um homem que se ouve
o tom mais alto que tiver a vida
a glória de cantar que tudo move
a força de viver enraivecida.

Num palácio de sons erguem-se as traves
que seguram o tecto da alegria
pedras que são ao mesmo tempo as aves
mais livres que voaram na poesia.

Para o alto se voltam as volutas
hieráticas sagradas impolutas
dos sons que surgem rangem e se somem.

Mas de baixo é que irrompem absolutas
as humanas palavras resolutas.
Por deus não basta. É mais preciso o Homem.

De José Carlos Ary dos Santos

Um comentário:

Anônimo disse...

O habitual peso das palavras...
A costumada "raiva".
O arremesso do verbo, a sua poderosa arma.

mc