Abriu-se uma cisterna em cada sílaba.
Não temos outro vinho amigo
só as nossas palavras
pequenas grandes como um homem
fortes e fracas
porque de barro.
Alegres e tristes
por vezes exaltadas
por vezes cantando baixo
mas nunca nunca resignadas.
Eis as nossas palavras simples e fraternas.
Em cada sílaba um alqueire de esperança.
Não temos outro pão amigo
só as nossas palavras
pequenas e grandes.
E de barro também.
Proibidas é certo. Porém livres
livres como um homem.
De Manuel Alegre,in A Praça da Canção
2 comentários:
Voltasse ele a ser um grande político como é um grande poeta!
Digo eu...
mc
Conheci o poeta,enquanto estudante,nos anos 60 e já após o seu regresso de Angola.
Quando eu próprio estive em Angola,ouvi-o na Radio Portugal Livre(Argélia).
Tornei a estar com ele pós 25 de Abril.
Nunca me pareceu um político,nem grande nem pequeno.
Foi e é um poeta.
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