sexta-feira, 27 de junho de 2008

RUPTURA


A noite fende --

o silêncio

escorre do muro.

De quanto os dedos

lembram ainda,

só o vento respira.


Já a minúscula

língua da erva

chama pela neve.


O silêncio

é o meu domínio:

a terra é leve.


De Eugénio de Andrade

Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssimo poema do grande vate nosso contemporâneo.

mc