Para Gerson,pela victória do Flu
Redescubro,contigo,o pedalar eufórico
pelo caminho que a seu tempo se desdobra,
reolhando os beirais - eu que era um teórico
do ar livre - e revendo o passarame à obra.
Avivento,contigo,o coração,já lânguido
das quatro soníferas redondas almofadas
sobre as quais me entangui e bocejei,num trânsito
de corpos em corrida,mas de almas paradas.
Ó ágil e frágil bicicleta andarilha,
ó tubular engonço,ó vaca e andorinha,
ó menina travessa da escola fugida,
ó possuída brincadeira,ó querida filha,
dá-me as asas - trrrim! trrrim! - pra que eu possa traçar
no quotidiano asfalto um oito exemplar.
De Alexandre O'Neill
3 comentários:
Claro que só podia ser O'Neill!
O surrealismo em cheio.
Sei que morreu com (poucos) mais de 60 anos. Mas tenho a sensação de ele ter desaparecido muito mais novo!
Talvez o sentisse mais "perto" de mim! Talvez lhe sentisse mais a falta!
Saravá, grande vate
mc
Muito bonito!
Beijocas grandes
Adoro poesia e adorei este blog. Parabens
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