Dos olhos corre a água do Mondego
os cabelos parecem os choupais
Inês!Inês!Raínha sem sossego
dum rei que por amor não pode mais.
Amor imenso que também é cego
amor que torna os homens imortais.
Inês!Inês!Distância a que não chego
morta tão cedo por viver demais.
Os teus gestos são verdes os teus braços
são gaivotas poisadas no regaço
dum mar azul turquesa intemporal.
As andorinhas seguem os teus passos
e tu morrendo com os olhos baços
Inês!Inês!Inês de Portugal.
De Ary dos Santos
terça-feira, 5 de outubro de 2010
domingo, 3 de outubro de 2010
CORTEJO
"Passam varinas de gargantas sãs"
fraldiqueiros atrás de um bom regaço
bébés em quatro rodas e mamãs
com quem me faço.
Passa uma sobrancelha (ou uma andorinha?)
um joelho aprendiz
uma baraboleta (coitadina!)
presa nos dedos de um petiz.
Passa um chá de caridade pelo ar
a ver que asilo há-de ajudar
e a D.Pepa espanhola quase nua
que não passa de moda mas muda de rua.
Passa D.Alda de Carvalho e Castro
Tudela da Fonseca (ó respiração!)
Lopes e Silva e ainda Bastos
entre-parêntisis Bramão
Passa depressa ó João!
De Alexandre O'Neill
fraldiqueiros atrás de um bom regaço
bébés em quatro rodas e mamãs
com quem me faço.
Passa uma sobrancelha (ou uma andorinha?)
um joelho aprendiz
uma baraboleta (coitadina!)
presa nos dedos de um petiz.
Passa um chá de caridade pelo ar
a ver que asilo há-de ajudar
e a D.Pepa espanhola quase nua
que não passa de moda mas muda de rua.
Passa D.Alda de Carvalho e Castro
Tudela da Fonseca (ó respiração!)
Lopes e Silva e ainda Bastos
entre-parêntisis Bramão
Passa depressa ó João!
De Alexandre O'Neill
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