sexta-feira, 9 de abril de 2010
SOBRE UMA FOTOGRAFIA DE AUGUSTO CABRITA
Enxúndias ensacadas no cotim da farda,
papel de cartucho que quase se rasgava,
repressor-burocrata,descansavas à porta
do teu posto de escrita e de porrada.
No coldre,a pistola;na pança,a feijoada;
na perna,a polaina;no cérebro,o corrimento
que é mais que sensação,menos que pensamento.
E sob o teu rabo,a cadeira gemia
ao compasso da nalga que se deslocava
do suor que sobre o tampo produzia.
Nos campos,a manada trabalhava.
Quem te fotografava,de longe é que o fazia.
Estava de passagem para uma outra vida.
De Alexandre O'Neill
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