segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

NA LUZ A PRUMO

Se as mãos pudessem (as tuas,
as minhas) rasgar o nevoeiro,
entrar na luz a prumo.
Se a voz viesse. Não uma qualquer:
a tua,e na manhã voasse.
E de júbilo cantasse.
Com as tuas mãos,e as minhas,
pudesse entrar no azul,qualquer
azul: o do mar,
o do céu,o da rasteirinha canção
de água corrente. E com elas subisse.
(A ave,as mãos,a voz.)
E fossem chama. Quase.

De Eugénio de Andrade

Um comentário:

vero disse...

Meu amigo,

que bem que me fez leste este poema, não imagina as saudades que tenho da leitura, da escrita... em minutinhos roubados ao tempo que me é pouco venho sempre que posso "saciar" a sede das palavras :) Muito obrigada pela partilha... Festas Felizes com muita saúde e Paz no coração

Beijinhos