quinta-feira, 14 de julho de 2011

A FORÇA DO HÁLITO

A força do hálito é como o que tem que ser.
E o que tem que ser tem muita força.

Vai(ou vem) um sujeito,abre a boca e eis que a gente,
que no fundo é sempre a mesma,
desmonta a tenda e vai halitar-se para outro lado,
que no fundo é sempre o mesmo.

Sovacos pompeando vinagres e bafios
não são nada - bah.... - em comparação
com certos hálitos que até parece que sobem do coração.

      Ai onde transpira agora
      o bom sovaco de outrora!

Virilhas colaborando com parêntesis ou cedilhas
são autênticas (e sem hálito!) maravilhas.
Quando muito alguns pingos nos refegos,nas braguilhas,
amoniacal bafor que suporta sem dor
aquele que está ao rés de tal teor.

Mas o mau hálito é pior que a palavra,
sobretudo se não for da tua lavra.

Da malvada,da cárie ou,meudeus,do infinito,
o mau hálito é sempre na narina,
como o baudelaireano,desesperado grito
da "charogne" que apodrecer não queria...

De Alexandre O'Neill

5 comentários:

Um brasileiro disse...

ola. estive aqui dando uma olahda. interessante. apareça por la. abraços.

Val Amorim disse...

oi...achei legal seu blog,,,ainda mais esse fado dedilhado é lindo,,,como você conseguiu por música aqui...me ensina???

val

vero disse...

Meu amigo quanto tempo, saudades de te ler, estou de volta (devagarinho)
Um abraço

Verónica

aminhapele disse...

Gostei desse regresso.
Vai aparecendo,na medida do possível.
Um abraço.

Poesia Portuguesa disse...

Acho este poema do Alexandre O'Neill uma delicia!
Um abraço