terça-feira, 15 de julho de 2008

OS CÃES DA INFÂNCIA


São os cães da infância os cães dementes


ladrando-me às canelas do passado


cães mordendo-me a vida com os dentes


ferrados no meu sexo atormentado.




Paguei cada minuto do presente


com vergões de amor próprio vergastado


porém só fala quem se não consente


vencido temeroso ou amarrado.




Contra cães uivo. Não me fico assim.


Não tenho pai nem mãe. Nasci de mim


macho e fêmea gerando o desespero.




Lutar é tudo quanto sou capaz.


Não me pari para viver em paz.


Tudo o que sou é menos do que eu quero.

3 comentários:

Anônimo disse...

Poema soberbo!
Enorme Ary!

mc

vero disse...

" Tudo o que sou é menos do que eu quero."

Muito bonito este poema...
Um pouco de poesia também no meu blog, convido-o a vir ler :)

Beijinhos

Codinome Beija-Flor disse...

Faz tempo que não venho aqui.
Falta de tempo (maldita falta de tempo).
Li esse poema, não há como não se "achar" num pedacinho dele.
Abraços