domingo, 30 de novembro de 2008

A LETRA QUE NÃO COUBE NA RUMBA


Descruzadas as tíbias,
jogada fora a caveira,
com a moralidade a rir a bandeiras despregadas,
a canhoneiras assestadas,
com a gota paralisando as Caraíbas,
com os tesouros a contas com o fisco
- onde parava o corsário e o seu risco?

No engancho de mão,no bafejo de rum,
no beiramar passeio a pernas quatro(uma de pau),
mostrou o olho despalado: era o corisco
- vazado o esperava - de quem foi tão mau.

(Há ossos de peixe,há ossos de homem
na sopa que o turista e o corsário comem?)

Baralhou.
Cortei.
Deu.
Joguei.

Sob o trunfo de espadas,
seu passado,carta a carta,vislumbrei.

De Alexandre O'Neill

3 comentários:

antes que a natureza morra disse...

Rui Lucas, fraterno de além-mar !

Parabéns pelo teu blog e muito obrigado pelo e-mail que me enviaste com o poema, do qual muito gostei. Mesmo sem tua licença, tomei a liberdade de postá-lo em meu blog, com os devidos créditos a ti e ao autor.
Abração brasileiro

James Pizarro

Anônimo disse...

Enorme, o O'Neill!

Codinome Beija-Flor disse...

Rui,
Vc sempre atencioso.
Foi só um "pré-balanço" eu ainda espero um resultado melhor no balanço final.
Bjos