domingo, 13 de setembro de 2009

RETRATO DE LUÍS DE CAMÕES


Não do mar meu Luís mas dessa mágoa
marchetada de tudo apartada de quem
não mais trouxer os olhos rasos de água
por esta terra de ninguém.

Não do mar meu Luís mas da raiz
da nossa amada pátria portuguesa
chulando o mal de bernardim
até à última grandeza.

Não do mar meu Luís mas da galega
couve do pranto aberta pranto raro
pranto tão canto que a cantar te quero
neste deserto de quem fala claro.

De Ary dos Santos

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