Fujo dos homens
Como os lobos fogem
E não me sinto lobo.
Escondo-me em fojos
Como os lobos fazem
E não me sinto lobo.
Ergo à Lua o meu uivo angustiado
E não me sinto lobo.
Os meus ouvidos outros
Ouvem queixas
De lobos espectrais.
E não me sinto lobo.
Alvejaram-me a tiro
Entre os olhos leais
E não me sinto lobo.
Se estoiro como o lobo
Que também tem um astro
Repercutindo ânsias solitárias
Terríveis e humildes
Em esferas mudas várias
Deixo um rastro de sangue
Um invisível pasto
A vampiros humanos.
E assim na morte vamos
Lobos,irmãos,iguais.
De Natércia Freire
Nenhum comentário:
Postar um comentário