Di-lo-ei pela cor dos teus olhos,
pela luz
onde me deito;
di-lo-ei pelo ódio,pelo amor
com que toquei as pedras nuas,
por uns passos verdes de ternura,
pelas adelfas,
quando as adelfas nestas ruas
podem saber a morte;
pelo mar
azul,
azul-cantábrico,azul-bilbau,
quando amanhece;
di-lo-ei pelo sangue
violado
e limpo e inocente;
por uma árvore,
uma só árvore,di-lo-ei:
Guernica!
De Eugénio de Andrade
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