sábado, 3 de outubro de 2009
O OLHAR...
A claridade coroa-se de cinza,eu sei:
é sempre a tremer que levo o sol à boca.
O olhar desprende-se,cai de maduro.
Não sei que fazer de um olhar
que sobeja na árvore,
que fazer desse ardor
que sobra na boca,
no chão aguarda subir à nascente.
Não sei que destino é o da luz,
mas seja qual for
é o mesmo do olhar:há nele
uma poeira fraterna,
uma dor retardada,alguma sombra
fremente ainda
de calhandra assustada.
De Eugénio de Andrade
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