Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas,meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?
Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos,alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos,que um momento
Perscutaram nos meus,como vão tristes!
E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda,em triunfo,pétalas,de leve
Juncando o chão,na acrópole de gelos...
Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze - quanta flor - ,do céu,
Sobre nós dois,sobre os nossos cabelos?
De Camilo Pessanha (Coimbra, 1867 - 1926)
2 comentários:
A poesia clássica, por vezes, também é interessante.
(Para alguns... a única!)
Sempre interessante,mas longe de ser a única.
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