O lume. O lume rasteiro. O lume
ainda. Vem de tão longe. Da casa
térrea sobre a eira,
casa onde qualquer coisa pequena
pulsava: um coração,
a água no cântaro,
o trigo a crescer.
Era tão pequeno que nem sabia
como pedir uma laranja,
um pouco de pão.
Menos ainda,um beijo.
Parecia só saber
estender as mãos para aquele sol
rasteiro e para o olhar
que dos sortilégios do lume
o defendia.
De Eugénio de Andrade
Imagem "retirada" de blog.joaogrilo.com
4 comentários:
Lindo poema!
Beijo grande
Como não sou especialista em crítica literária, tenho de me ficar pelo lugar comum: belo poema.
Gostei.
magnifico...
magnífico, simplesmente lindo
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