"Chegou um tempo em que a vida é uma ordem"
CARLOS DRUMOND DE ANDRADE
Eis que de novo chega um tempo de batalhas.
Chega um tempo de povo. Tempo de viver
ou morrer. Chega um tempo de romper as malhas
que um tempo-aranha tece para nos prender
nas teias de cadeias malhas de muralhas.
Chega um tempo de massa.Tempo revolucionário.
Tempo de negação. Afirmação. Transformação.
Chega um tempo em que o poeta - mesmo o solitário -
já não está só: é só mais um na multidão.
Tempo de ver em cada coisa o seu contrário.
Chega um tempo febril. Fabril. Tempo de sín-
tese. Tempo de guerra. Tempo de mudança.
Chega um tempo de não. Chega um tempo de sim.
Tempo de desespero. Tempo de esperança.
Chega um tempo de início num tempo de fim.
Chega um tempo de agir no sentido do Tempo
tempo de se ganhar o tempo já perdido
tempo de se vencer o tempo - contratempo
para que o Tempo torne a ter sentido.
Chega um tempo de empunhar as armas do Tempo.
De MANUEL ALEGRE,in O CANTO E AS ARMAS
3 comentários:
Que carga!
Que intenção!
Que peso!
Que actual!
Manuel Alegre: O Poeta...
Um abraço e grata pela partilha-
(Tenho esta edição datada de 1970 e tal...)
;))
É mesmo tempo de VIVER.
Pois falta pouco tempo, porque o tempo passa rápid demais.
Bjo
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