(Gritem comigo contra este sepulcro de vivos!)
Dói-me a boca de silêncio
e vou gritar!
- nesta noite de lua mole
a dobrar-se nos telhados
inertes de bafio...
Dói-me a boca de silêncio
e vou gritar!
- Atirar para a ferrugem do vento
da noite desmantelada
um desafio de acordar o mundo
nas janelas de súbito acesas
- com milhões de vozes
esvaídas num clamor para além do sufocar das pedras!
Dói-me a boca de silêncio
e vou gritar!
Gritar,ouviram?
Gritar esta alegria de não sentir ainda terra na boca!
Gritar esta Labareda,enfim fora dos olhos!
De JOSÉ GOMES FERREIRA,in POESIA - II
desconheço o autor da imagem que encontrei em rainbowsky,blogs.sapo.pt
Um comentário:
A imagem é, defacto, muito boa.
E o belo poema de J Gomes Ferreira (que envolve raiva, ansiedade, revolta...) é uma bela moldura para essa imagem
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